Air Koryo, a estatal norte americana eleita a pior companhia aérea do mundo.


A companhia aérea estatal da Coreia do Norte é a única empresa com a classificação 1 Estrela no ranking da Skytrax.
A Coreia do Norte já é uma velha conhecida do mundo Ocidental. Seja pelas suas bizarrices burocráticas ou seus serviços deficitários que mais parecem peças de museu, o país sempre surpreende com alguma novidade que mais parece ter saído de um livro de George Orwell. Com seus serviços de transportes, não é diferente. A companhia aérea oficial do país, a Air Koryo, parece viver em outra era.
Nada de Boeings 747 ou Airbuses A380, muito menos poltronas com telas de led: a Air Koryo ainda opera com Tupolevs e Ilyushins que há anos já saíram das linhas de montagem. Madrid, Tokyo, Londes ou Nova York? Esqueça. A companhia só opera cinco destinos fora da Coreia do Norte: Pequim, Vladivostok (Rússia), Xangai, Singapura e Bangkok (Tailândia). A frota também é extremamente limitada:9 aeronaves, a maioria de fabricação Soviética, anteriores à queda do muro de Berlim. A aeronave mais nova do hangar Norte Coreano é um Antonov An-148 (voo inaugural em 2004), com capacidade inferior a 100 passageiros. Não é difícil entender porque ela é considerada a pior companhia aérea do mundo e é a única empresa com a classificação 1 Estrela no ranking da Skytrax.
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Interior de um Tu-154. Nada de instrumentos de navegação modernos ou computadores de bordo. A operação é toda na base do papel e caneta.
A história da estatal é um tanto desconhecida. O site oficial é totalmente instável e sequer consta no cache do Google. Já no site “clone” AirKorio.org, as informações sobre a empresa se resumem a 5 frases que apenas dizem sobre datas e tentam fazer uma propaganda sobre os preços baixos praticados pela linha aérea. O que se sabe é que a Air Koryo já teve outros nomes, como Soviet-North Korea Airline (SOKAO) e Chosonminhang Airways. Desde sua fundação, só há um incidente oficialmente registrado: uma colisão contra uma montanha, que deixou 23 mortos em 1983. Mas não dá pra confiar muito nas informações oficiais da Coreia do Norte, não é mesmo?
A situação da estatal não é das melhores e a tendência é que piore. Com o colapso da União Soviética, a frota começou a virar peça de museu e em 2006, foi proibida de operar na União Europeia, por evidentes questões de segurança. Nem mesmo a China, maior parceira comercial da Coreia Popular, parece estar disposta a financiar a empresa e ano passado, seguindo a experiência da União Europeia, também proibiu a operação dos aviões mais antigos da companhia em seu território. O Grande Líder só não ficou isolado do mundo da aviação porque a empresa havia comprado dois Tupolevs Tu-204 usados em 2008 e encomendado um novo Antonov An-148.
O estado decadente da linha aérea é visível quando se compara às operações atuais com os anos passados. Ainda em 2012, a Koryo contava 30 aviões em seu hangar e servia 14 aeroportos ao redor do mundo. Em abril deste ano, o número já havia sido reduzido para 11 aeronaves. Hoje, são apenas 9, sendo que somente 3 estão habilitados a realizarem voos para a China.
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Cockpit de um Ilyushin Il-62. Até meados de 2013, era um dos aviões usados pela companhia na rota Pyongyang–Pequim.
Dentro dos aviões, as opções de entretenimento são limitadas. Nos monitores, filmes celebrando Kim Il-sung e mostrando paradas militares são a única diversão. A comida servida é típica da culinária do país, com pratos à base de arroz e frango. Nada mal para uma empresa rankeada entre as piores do mundo. Nas fotos, é possível perceber que as aeronaves viajam quase vazias, tão pequeno é o número de passageiros. Segundo relata Gabriel Britto, do blog “Gabriel Quer Viajar”, seu voo na Koryo estava tão vazio, que era possível reclinar as poltronas da frente para a frente, permitindo ao passageiro esticar as pernas (uma opção comum nos aviões russos). Gabriel também relata que durante a decolagem um pedaço do acabamento do teto desprendeu-se, possivelmente pela idade do avião.
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Já em terra firme, o clima de anos 60 continua pelas instalações do aeroporto. Balanças antigas e caminhões do tempo da Guerra da Coreia completam a experiência de viajar com a Air Koryo, quase uma viagem no tempo. Os ônibus também demonstram ser ultrapassados: não há nenhum indicativo de opções modernas de conforto, como ar-condicionado, wi-fi ou aparelho de televisão. Pelo design exterior dos veículos, percebe-se que foram fabricados há algumas décadas e a pintura é extremamente simples. Para terminar, a arquitetura do aeroporto é pouco detalhada. Com letreiros de neon, que mais parecem letreiros de bares Novaiorquinos dos anos 80 e janelas simples, o pouco luxo do lugar finaliza a experiência de uma viagem totalmente vintage.
Ficou curioso? Então embarque nessa!
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Tecnico em Segurança do Trabalho



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